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A morte tem o infame reconhecimento de ser antagónica

  • André Cruz
  • 18 de fev. de 2016
  • 1 min de leitura

A morte tem o infame reconhecimento de ser antagónica: consegue, em simultâneo, separar e aproximar. Quando num grupo de seis amigas uma morre, separa-se a falecida, aproximam-se as restantes (curiosamente por ser uma das últimas vontades da mulher que sucumbiu a um cancro). É este o enredo – simplificado - da primeira longa metragem de Patrícia Sequeira.

Nos momentos iniciais, parece-nos claro que ao longo da experiência cinematográfica iremos ser presenteados com um drama “à portuguesa”, pela forma dramática e absolutamente carregada de lidar com a morte, característica do país do Fado, onde outrora rir era mal visto. O rosto trancado das atrizes, a banda sonora, e até os cenários faziam prever um filme pesado, com uma temática que por si só seria um drama.


Porém, a essência da longa-metragem revela-se quando começa a ganhar destaque o guião pensado e trabalhado em conjunto pelas atrizes e realizadora, e abrilhantado por Filipa Leal, que nos introduz um humor inflamado e relativamente negro, que tem o dom de nos fazer rir ao mesmo tempo que nos questionamos acerca da legitimidade desse riso.

O enredo surpreende-nos à medida que nos choca com os segredos que se vão revelando pouco a pouco, fazendo lembrar a expressão “zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades”. Numa fase primordial das suas carreiras, as cinco atrizes constituem o segredo para que o filme seja bem-sucedido. As suas personagens, cada uma à sua maneira, demarcam-se e assumem papel principal em simultâneo.

Em suma, um filme conseguido, que entre risos nos faz refletir acerca da vida e do seu oposto.


 
 
 

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