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“The Perks of Being a Wallflower” de Stephen Chbosky

  • Sara Homem
  • 22 de abr. de 2016
  • 2 min de leitura

“The Perks of Being a Wallflower” (“As Vantagens de Ser Invisível, título em Portugal) é um filme tão belo que magoa, essencialmente pela maneira como retrata problemas como a solidão ou a confusão que geralmente caracteriza a cabeça de qualquer adolescente. Mas, ao mesmo tempo, é um filme que nos apaixona pela simplicidade e verdade com que todos estes temas são tratados.


Com uma narrativa na primeira pessoa e inspirado no livro homónimo de Stephen Chbosky, o filme representa, através de uma série de cartas escritas pelo protagonista, - Charlie (Logan Lerman), a um remetente anónimo, a vida deste adolescente desintegrado, cuja vida social praticamente inexistente muda por completo aquando a sua entrada no secundário. Aí acontece o início de uma amizade com dois alunos mais velhos, Sam (Emma Watson) e Patrick (Ezra Miller), que, juntamente com um professor, Mr. Anderson (Paul Rudd), lhe abrem as portas para uma série de novas experiências que o fazem crescer e aumentar a sua auto-estima.

A inadaptação de Charlie deve-se a uma história de vida complicada que, apesar de todas as suas peculiaridades, é geradora de empatias e nos faz relacionar com ela. Fragilizado com a morte do seu único amigo, Michael, e de um membro da sua família de quem era realmente próximo, a sua tia Helen, Charlie não se encontra emocionalmente bem. Percebemos que isso também se deve à falta de sanidade de Helen, que em consequência de relações falhadas, acaba por molestar sexualmente o sobrinho.


Este é um filme que marca a jornada difícil e intensa que caracteriza a passagem da adolescência para a idade adulta. Todos os dramas, medos e dúvidas que daí advêm são tratados com uma delicadeza e perícia enormes, através de uma realização muito fiel ao livro (feita pelo próprio escritor, Stephen Chbosky), de um elenco cheio de potencial e de uma banda sonora composta por nomes como The Smiths, David Bowie, Sonic Youth ou Dexys Midnight Runners, que nos faz ficar presos a este melodrama pessoal desde o início.


Apesar de esta ser uma adaptação cinematográfica de um livro mais direcionado para uma faixa etária jovem, a verdade é que o mesmo transcende por completo barreiras etárias, devido à forte carga emocional que acarreta. São abordados assuntos relacionados com sexualidade, problemas familiares, exclusão ou rebeldia que, muitas vezes, caracteriza o núcleo de preocupações de um jovem e tão poucas vezes é entendido. A verdade é que, tal como é dito no filme: “as coisas mudam, os amigos desaparecem e a vida não pára”. No final, o que fica são as pessoas que amamos, a música que ouvimos e a maneira como nos conseguimos libertar de todas as nossas incertezas e conturbações. E quando isso acontece, “garanto que somos infinitos”.


 
 
 

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