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Before - Umas das trilogias mais bonitas do Cinema

  • Sara Homem
  • 23 de fev. de 2016
  • 2 min de leitura

A capacidade de relatar a vida no cinema de uma forma tão crua e verdadeira, mas com tanta sensibilidade, é uma das razões que torna o cinema e especificamente esta trilogia, que conta com a direcção de Richard Linklater, tão única.

No primeiro filme, Celine (Julie Delpy) e Jesse (Ethan Hawke) cruzam-se num comboio e decidem parar para passear por Veneza, acabando por desenvolver uma paixão que decidem não aprofundar. Deste modo, escolhem não trocar números de telefone nem moradas e combinam encontrar-se no mesmo local, seis meses depois.

No segundo filme, conseguimos perceber que este encontro não se realizou, quando Jesse apresenta o seu livro numa livraria em Paris e é observado por Celine (que vive lá), que o convida para um passeio (o filme desenrola-se a partir daqui).

No terceiro filme, passados nove anos as personagens já vivem uma vida conjugal cheia de complicações, que tem como cenário a Grécia.

Foram vários os prémios que esta trilogia arrecadou, entre eles: Urso de prata do Festival de Berlim em 1995 relativo a melhor director (Before Sunrise), Melhor atriz pelo SFCC Award em 2004 e Empire Award em 2005 (Befor Sunset) e, relativamente ao Before Midnight, melhor argumento adaptado pelo San Diego Film Critics Society em 2013 ou melhores dez filmes do ano em 2013, pela Bodil Awards.

A beleza desta trilogia está no facto de que, apesar da passagem do tempo (que está extremamente bem representada através da veracidade do tempo real), a essência das personagens está presente em qualquer um dos três filmes. Para além disso, a mesma contém em si algumas características e momentos muito bem conseguidos em cinema: os diálogos dos dois personagens que, de tão bem escritos, são a alma dos filmes, os encontros e desencontros de Jesse e Celine, a reconciliação que marca o fim maravilhoso do segundo filme, ou o facto de cada filme se caracterizar por uma emoção que marca esta relação numa determinada altura: o tom sonhador do primeiro, a melancolia do segundo e a incerteza e questionamento do terceiro.

Podemos enumerar, igualmente, algumas curiosidades relativas aos três filmes: para além da relação existente entre o tempo da história e o tempo real, esta trilogia marcou o início de uma longa lista de colaborações entre o actor Ethan Hawke e Richard Linklater. Para além disso, as músicas que Celine escreveu no segundo filme foram realmente escritas pela atriz que a interpreta, Julie Delpy. Contudo, a maior curiosidade está no facto de estes filmes serem inspirados numa história real. Parece que Linklater conheceu uma mulher em Filadélfia, cujo nome era Amy Lehrhaup. Apesar de a mesma ter morrido em 1994 (antes do primeiro filme ter sido rodado), Before Midnight é dedicado a ela. Razões que sobram para ver e rever esta trilogia, certo?

Este filme prima por mostrar, sem aquele cliché relativo à representação do amor em alguns filmes ou livros, que o mesmo pode ser exposto de uma maneira verdadeira, e na mais pura da sua essência, que é a naturalidade que o caracteriza. Porque, tal como disse Celine: “If there´s any kind of magic in this world, it must be in the attempt of understanding someone, sharing something. I know it´s almost impossible to succed… But, who cares? The answer must be in the attempt…”


 
 
 

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