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Danish Girl - A cinética de Redmayne

  • João Croca
  • 25 de fev. de 2016
  • 2 min de leitura

Existem papéis cuja personificação nos faz ficar rendidos ou até mesmo chocados com tamanha delicadeza. Os gestos, os toques, as expressões; a cinética permite ao ator/atriz oferecer condições ao espectador de sentir a profundidade da sua personagem, sem que esta tenha de proferir alguma palavra.


Falemos de Danish Girl. O filme foi concebido para que Eddie Redmayne brilhasse, não é por acaso que o britânico está nomeado (pela segunda vez consecutiva) ao Óscar da Academia para Melhor Ator. Mais uma vez Redmayne concorre ao prémio contra nomes de peso (Leonardo DiCaprio, Bryan Cranston, Matt Damon e Michael Fassbender), mas não deixa de ser um favorito, tendo em conta o facto de ter ganho na categoria da edição passada.

No filme, Redmayne interpreta o papel de um pintor dinamarquês cujas capacidades de retratar o belo são bastante apreciadas por grande parte da alta sociedade dinamarquesa da década de 20 do século XX. No entanto sofre com a sua incapacidade de encontrar a sua beleza exterior. É aqui que reside uma peça chave para compreender o conflito – a história de Lili Elbe, uma mulher que se sente aprisionada no corpo de um homem.


Ainda sobre a sua prestação na longa-metragem de Tom Hooper, o ator mostra um trabalho muito focado na cinética. Tal como na sua interpretação do astrofísico Stephen Hawking em A Teoria de Tudo, Redmayne usufrui da sua bagagem teatral e constrói a sua própria linguagem corporal – todos os gestos por ele executados têm um significado e todos eles escondem uma beleza tímida mas genuína. Para além da caraterização, este assimila os comportamentos-padrão do sexo feminino: afastar o cabelo até à orelha, o cruzar de pernas quando está sentado, o modo de andar. Mesmo que estes movimentos corporais sejam básicos, o facto de serem realizados com eficácia por um homem é, no ponto de vista do autor desta crítica, um exercício bastante interessante, devido à subtileza de Redmayne.


Não querendo, de todo, desvalorizar o trabalho do restante elenco e equipa. É de destacar o desempenho de Alicia Vikander, que com a sua interpretação da pintora Gerda Wegener realça a composição dramática do filme, valendo-lhe a nomeação ao Óscar da Academia para Melhor Atriz Secundária. Não nos podemos esquecer da produção do filme, levada a cabo pelos mesmos produtores de A Teoria de Tudo, que esteve igualmente nomeado para o Óscar para Melhor Filme na edição anterior.


Apesar de não estar nomeado para o Óscar de Melhor filme, Danish Girl é um filme corajoso, pois aborda o tema da transsexualidade contextualizando-o numa altura especificamente conservadora da nossa História e que ainda é sensível na nossa sociedade.


 
 
 

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